A Fundação AIS está presente onde quer que a Igreja necessite de ajuda. A ajuda destina-se a projectos e necessidades apresentados por milhares de religiosos e missionários da Igreja Católica que estão presentes nos países mais necessitados, cuja actividade caritativa e pastoral chega, inclusivamente, onde o Estado e as ONG não chegam.
As incertezas e crise provocadas pela pandemia global que abalou o mundo em 2020 e que não deu tréguas em 2021, permitiram realçar a enorme generosidade dos benfeitores da Fundação AIS para com a Igreja que sofre em tantos lugares do mundo. Mais uma vez, esta ajuda voltou a falar mais alto!
Em 2021, graças à generosidade de precisamente 347 mil benfeitores a nível internacional, a fundação pontifícia recebeu cerca de 133 M€, valor que ganha uma expressão significativa se comparado com os dados obtidos no ano anterior, quase 123 M€, e tendo em conta as dificuldades económicas provocadas pela pandemia. Portugal também registou um valor inédito, com aproximadamente 3,8 M€, com a ajuda concreta de 12.660 benfeitores, que se traduziu em 45.094 donativos.
Apoiámos 5.258 projectos, em 132 países, o que significou um apoio directo a 1.181 dioceses. Ou seja, uma em cada três dioceses em todo o mundo viu acontecer alguma iniciativa com a marca da solidariedade da AIS.
Todas as campanhas foram importantes, pois traduziram sempre alguma necessidade urgente da Igreja que sofre. Mas gostaria de destacar quatro: por um lado, a continuidade do nosso apoio incondicional aos refugiados e à Igreja de Cabo Delgado, em Moçambique; por outro lado, a Índia tornou-se outra prioridade de ajuda às vítimas da Covid-19; o terramoto ocorrido no Haiti em Agosto levou-nos a enviar ajuda de emergência imediata e no final do ano, a campanha de Natal reverteu para o apoio às famílias cristãs no Líbano e na Síria, contribuindo assim para a permanência dos Cristãos no Médio Oriente.
É com imensa alegria que apresentamos neste boletim o trabalho realizado com o apoio dos benfeitores de Portugal, país pequeno e pobre no contexto europeu, mas que se voltou a agigantar perante a urgência da solidariedade com os mais necessitados. A todos os benfeitores e amigos da Fundação AIS, a todos os que confiaram e confiam no nosso trabalho, a todos os que acreditam na nossa missão e que estão de mãos dadas connosco, vai o meu muito obrigada!
Catarina Martins de Bettencourt,
(Directora da Fundação AIS)
P.S. O valor recebido relativo aos 0,5% da consignação do IRS (125,288€) do ano passado reverteu na totalidade para ajuda de emergência a fim de apoiar quatro hospitais no Líbano.

Todos esperávamos que 2021 fosse o ano da recuperação da pandemia que abalou o mundo em 2020. No entanto, a Covid-19 continuou por mais um ano, causando sofrimento, causando a morte, medo e incerteza.
Mas, graças a Deus, na Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) testemunhámos mais uma vez a força, coragem e dedicação de tantas pessoas em países de real necessidade, incondicionalmente dedicados à causa de Cristo e da humanidade. São sacerdotes, religiosos e leigos, imparáveis quando se trata de ajudar, apoiar, alimentar e consolar os mais vulneráveis. Quantas das nossas orações ao Céu são necessárias por esta Igreja que tanto admiramos e das quais nós, católicos de todo o mundo, tanto nos orgulhamos!
ESTES SÃO OS PRINCIPAIS PAÍSES PARA ONDE A SUA AJUDA REMETEU:
QUE DEUS ABENÇOE TANTA GENEROSIDADEQueremos também agradecer a Deus por tantas pessoas que, apesar da crescente incerteza global, ouviram o grito dos nossos irmãos e irmãs necessitados e lhes responderam com um coração generoso. Esta generosidade tornou possível à esta Fundação realizar projectos em 2021 para apoiar sacerdotes e religiosos, de modo a que estes possam permanecer nas suas comunidades para cumprir a sua missão. Deus recompensará aqueles que foram capazes de dar de si mesmos para partilhar com aqueles que mais necessitam, ainda mais nestes tempos difíceis que estamos a atravessar.
Em 2021, a Fundação AIS a nível internacional (ACN) atingiu um máximo histórico de 133.124.304€ entre os 23 secretariados nacionais que o representam, para financiar um total de 5.298 projectos pastorais e de emergência. Os 4,6 milhões de euros que não puderam ser gastos em 2021 foram utilizados para financiar projectos em 2022.
PARA FAZER FACE À COVID-19
Em 2021 destacamos o envio de um apoio acrescido de
9.668.237€ de ajuda para apoiar concretamente
583 projectos de apoio às vítimas da Covid-19.

Com
30,7% das ajudas,
África foi a região prioritária, o que traduz a situação dramática que se vive em muitos países, principalmente nas regiões onde o terrorismo islâmico está a crescer e os Cristãos são vítimas de perseguição e violência, por vezes brutal, como acontece por exemplo em Moçambique, Burquina Fasso e Nigéria.
Seguiu-se a
Ásia, com
22,3 %, onde a Igreja foi especialmente afectada pelo Coronavírus, em particular na Índia. Para 14.800 sacerdotes na Índia, os estipêndios de Missa tornaram-se um “salva-vidas” num tsunami de necessidades.
Os Cristãos no
Médio Oriente foram também uma prioridade para a Fundação AIS em 2021, para onde seguiu
16,9% da nossa ajuda. Na Síria, Iraque e Líbano, a nossa ajuda de emergência visa assegurar a sobrevivência das comunidades cristãs e travar o seu êxodo em massa.
A
Europa de Leste recebeu
15,2% da nossa ajuda. Em 2021, tal como em anos anteriores, a Ucrânia foi um dos países que mais beneficiou com o financiamento da AIS. O facto de termos tantos projectos e parceiros no terreno deixou-nos em boa posição para responder imediatamente com ajuda em 2022, quando a guerra começou. A Fundação AIS continuará presente para que os sacerdotes e as religiosas possam permanecer próximos das vítimas da guerra. Os restantes
13,8% dos fundos foram alocados para a
América Latina.
A ajuda à construção estava novamente em primeiro lugar, com
28,2% das despesas totais, devido aos elevados custos por projecto. Um quinto do nosso apoio é prestado através de estipêndios de Missa e da formação de futuros sacerdotes, religiosos e catequistas. O nosso apoio à
subsistência das religiosas aumentou novamente em 2021 devido à pandemia, com
10,5%.
A
ajuda de emergência e a refugiados em áreas onde a população cristã está ameaçada pela violência e pela deslocação forçada, representou cerca de
10% da nossa ajuda total.
Infelizmente, o ódio contra aqueles que levam a cabo a missão da Igreja é evidente.Em Dezembro de 2021, segundo a agência
Fides, mais de 22 missionários, padres, religiosos e leigos tinham sido mortos por motivos políticos ou anti-cristãos pelos seus transgressores. Morreram pessoas que dedicaram a sua vida a levar os sacramentos, a curar os doentes da alma e do corpo, a ensinar o Evangelho, a consolar os mais pobres e abandonados. Estes missionários são os mártires do séc. XXI: pessoas que, por amor a Deus e à humanidade, estão prontas a desistir até mesmo da sua vida.
Através da oração e do financiamento de projectos, poderemos contribuir, graças aos nossos benfeitores, para enfrentar os desafios de curto e médio prazo da Igreja em todo o mundo.
Um dos desafios é a contribuição para a formação de qualidade e cuidados espirituais de
sacerdotes e religiosos (13,5%) e
formação de leigos e catequistas (6%), a fim de assegurar o discernimento e a salvaguarda das vocações. É também um desafio fornecer ajuda de emergência à população e à Igreja para o exercício do seu
trabalho pastoral em países onde os Cristãos são perseguidos
(9,9%).

As receitas provenientes de donativos e de heranças somaram aproximadamente 133,1 M€. Com esta verba, pudemos prestar assistência e financiar, em 2021, actividades no valor de 128,5 M€. Contudo, 4,6 M€ ainda não puderam ser utilizados em 2021 e estão reservados para ajuda a projectos em 2022.Foram afectados 82,4% dos recursos a despesas relacionadas com as missões. Destas, 87,6% destinaram-se à execução de projectos concretos, pelo que pudemos contemplar 5.298 dos 6.782 pedidos de ajuda no mundo inteiro. Constitui uma rubrica própria o apoio, de 9,7 M€, dado em consequência da pandemia, que continuou a pesar sobre a Igreja também em 2021.Os necessários custos administrativos corresponderam a 6,7% do total das despesas; os da promoção para a angariação de fundos, 10,9%. As heranças representaram também em 2021 uma parte essencial do apoio à Igreja que sofre (27,2 M€). Juntamente com os nossos irmãos e irmãs que sofrem, lembramos também, agradecidos, os nossos benfeitores falecidos.
O relatório anual da nossa Obra foi verificado e testado pela PwC (Price Waterhouse Coopers) e baseia-se nos relatórios individuais dos 23 secretariados nacionais.