Foto: Religiosas da diocese de San Jose, nas Filipinas, embalam a ajuda de emergência para distribuir à população mais pobre afectada pela situação do Covid-19.
A Fundação AIS nasceu numa época muito parecida com a que estamos a viver agora, durante esta pandemia do coronavírus, e na altura muita gente precisava de ajuda. Num mundo carente de ajuda e esperança após a Segunda Guerra Mundial, o Pe. Werenfried conseguiu o impossível: tocar o coração de milhares de pessoas para ajudar os antigos inimigos.
Naquele momento, entendeu que ali estava a ajudar não apenas os necessitados de bens materiais, mas também os necessitados de amor e misericórdia. Via a mudança no semblante de cada benfeitor, que sentia alegria em colocar as necessidades do outro acima das suas próprias necessidades, que já eram grandes. Muitos sentiram, então, a verdade bíblica que diz: “há mais alegria em dar do que em receber”.
Sabemos que o tempo actual é difícil para todos. O desafio é grande, mas a Fundação AIS consolidou-se vencendo desafios. Neste momento somos chamados a fazer o bem, confiantes que a nossa força vem de Deus com quem podemos tudo, inclusive levar ajuda aos que mais precisam no meio desta crise sem precedentes do coronavírus.
A nossa ajuda durante a pandemia do coronavírus: “Por favor, não se esqueçam de nós”
A frase que mais nos tem chegado à AIS, vinda daqueles que mais precisam de ajuda, é: “Por favor, não se esqueçam de nós”. Na Índia, a Irmã Christin Joseph contou com voz trémula ao telefone que milhares de pessoas ficaram desempregadas e estão a regressar para as suas casas a pé, caminhando às vezes centenas de quilómetros, famintos e sob um calor abrasador. Com os seus 65 anos e muita determinação, a Irmã procura multiplicar a sua ajuda, animando as pequenas comunidades cristãs a apoiar, com a ajuda da AIS, as pessoas mais necessitadas e esquecidas.
Também em África, a situação já difícil de muitos países passou agora a ser dramática. O Pe. Gaetán Kabasha, natural do Congo, diz que em muitos países africanos “há milhares de pessoas que vivem e se alimentam nas ruas. Muitas não saberão para onde ir e, se conseguirem algum lugar, não conseguirão sobreviver”. Ele pede-nos: “
não abandonem a África”.

Padres e religiosas na linha da frente

Foto: Ajuda de emergência e distribuição de alimentos às famílias pobres da Diocese de Hazanbag, na Índia.
Neste tempo difícil, uma vez mais a Fundação AIS quer alimentar a esperança e apela ao seu coração. Quanto mais exigente for o tempo, maior deve ser o nosso amor.
Enquanto um terço da humanidade está em quarentena, os mais vulneráveis são os mais expostos a esta ameaça. Não apenas porque a doença os pode afectar mais facilmente, mas sobretudo porque a crise económica vai deixá-los numa situação de maior necessidade.
Milhões de cristãos em todo o mundo são cristãos que sofrem. Eles são o rosto da Igreja que sofre, seja pela miséria, a injustiça, a guerra, o esquecimento ou até a perseguição religiosa. Com a crise do coronavírus estas comunidades, que já estavam mal, ficarão ainda mais fragilizadas por causa da pandemia.
Continuaremos a apoiar os cristãos mais necessitados do mundo, em países como a Síria e a Venezuela, e nos 140 países onde todos os anos ajudamos. A Fundação AIS intensificou os pedidos de
orações por todos os seus benfeitores. Religiosas rezam por vós nos conventos de clausura, bispos e padres escrevem-nos a dizer que estão a rezar por vós todos os dias. Estamos unidos em oração.
O mundo nunca precisou tanto da Fundação AIS como agora. E a Fundação AIS nunca precisou tanto de si como neste momento. Por favor, nas suas orações, lembre-se dos que são mais carenciados e ajude os sacerdotes e religiosas no apoio aos grupos mais vulneráveis do Covid-19.