A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (Fundação AIS) trabalha há décadas com diversos parceiros de projetos no Líbano, principalmente na área pastoral e de ajuda aos refugiados. Isso provou ser uma grande vantagem após a recente explosão dramática no porto de Beirute. A
Fundação AIS enviou de imediato 250.000 euros em ajuda de emergência alimentar para famílias cristãs, muitas das quais estão a passar fome. Ainda há muito a ser feito, pois o bairro cristão de Beirute ficou bastante destruído.
Numa entrevista a Regina Lynch, Directora de Projectos da Fundação AIS, sobre a situação em Beirute e que outras ajudas a instituição está a desenvolver, disse que Beirute está em estado de crise, quase não há eletricidade e em alguns lugares não há meios de comunicação (telefone, Internet, etc.). Disse-nos ainda que cerca de 90.000 casas foram destruídas ou danificadas e que a ajuda internacional de 297 milhões de dólares prometidas no passado domingo, dia 9 de Agosto, está muito aquém do que é necessário para reconstruir o distrito afectado pela explosão.
Relativamente ao que a Igreja local está a fazer para ajudar aqueles que sobreviveram ao desastre, Regina Lynch explicou que antes da explosão, os patriarcados católicos (maronitas, greco-católicos, siríaco-católicos, arménios) no Líbano se tinham reunido com paróquias e instituições locais como a Caritas, as Conferências de São Vicente de Paulo e as Obras Missionárias Pontifícias e criaram uma comissão para analisar como ajudar os cristãos que já enfrentavam uma inflação crescente, juntamente com o desemprego em espiral. Muitas famílias estavam a passar fome e os cristãos já falavam em deixar o país.
Como já foi noticiado logo após a explosão, a
Fundação AIS deu uma ajuda inicial de 250 mil euros que está a ser usada para fornecer cabazes alimentares a 5 mil famílias, a maioria das quais foram afectadas pela explosão, mas também para libaneses e cristãos refugiados, que já se esforçavam para sobreviver antes da explosão. Como foi divulgado, alguns dos principais silos de grãos do Líbano foram destruídos na explosão, o que provocou uma subida do preço dos alimentos.
Quando perguntámos à directora de projectos que outros apoios está a planear a Fundação AIS respondeu que “cerca de 80% do distrito cristão de Achrafieh está entre as áreas mais afectadas pela explosão, tendo a zona mais próxima do porto desaparecido. Centenas de famílias cristãs perderam as suas casas e meios de subsistência. Muitos hospitais e dispensários católicos precisam urgentemente de reparações para poderem continuar a funcionar. Incontáveis estruturas da Igreja foram destruídas ou seriamente danificadas, por exemplo, a Catedral Maronita de São Jorge, várias igrejas paroquiais, casas provinciais de várias congregações no Médio Oriente e conventos.
A Fundação AIS está a trabalhar com os parceiros da Igreja local para ver quais dessas necessidades podem ser atendidas imediatamente e quais só o serão posteriormente, nos próximos meses antes do Inverno.
A Fundação AIS apela a todos os seus benfeitores e amigos a serem solidários e a rezarem pelo povo do Líbano.
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