A Diocese de Butembo-Beni, situada na região leste da República Democrática do Congo – país que o Papa ia visitar agora, numa viagem que teria início dia 2 de Julho, mas que foi adiada por motivos de saúde –, está no centro de conflitos sangrentos que trouxeram para esta região de África uma das maiores crises humanitárias de todo o continente. A Igreja tem denunciado como estando na origem desta situação a exploração desenfreada dos recursos minerais.
Neste contexto tão adverso, ganha particular importância o papel desempenhado pela Rádio da Diocese de Butembo-Beni, lançada há cerca de três décadas pelos padres assuncionistas. A rádio “Moto Oicha”, que quer dizer “Sol Nascente”, é mais do que uma emissora católica. Além do seu papel na evangelização das populações, esta rádio desempenha um trabalho fundamental ao nível também da informação numa zona marcada por uma violência brutal, com ataques, assaltos, raptos e massacres.
Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, a actual crise no Leste da República Democrática do Congo será mesmo a crise humanitária mais longa em todo o continente. Muitas escolas e centros de saúde foram destruídos assim como igrejas e outros lugares de culto.
E há populações que estão quase que isoladas, o que faz aumentar a importância da Rádio “Moto Oicha”. Calcula-se que as suas emissões conseguem chegar até cerca de 1 milhão de ouvintes, muitos dos quais, só terão nesta rádio o único contacto efectivo com o mundo exterior.
Graças a esta Rádio, estas populações podem participar não só na Santa Missa e noutras liturgias, mas também conseguem manter-se informadas sobre o que se passa na diocese, no país e também em todo o mundo.
Além disso, a Rádio tem como objectivo contribuir para a paz e reconciliação entre as populações da República Democrática do Congo. Um trabalho meritório que tem, no entanto, inúmeros obstáculos. De facto, não é fácil manter no ar as emissões da Rádio “Moto Oicha”.
A Diocese é pobre e há problemas técnicos com o transmissor principal que têm de ser resolvidos para que todos possam escutar sem dificuldade as suas emissões a todas as horas. Além disso, também são necessários equipamentos adicionais, como computadores portáteis ou microfones, e alguns dispositivos de gravação para a realização de programas fora do estúdio. Por tudo isto, a Diocese de Butembo-Beni pede a ajuda da Fundação AIS. É uma pequena ajuda que fará, seguramente, uma grande diferença a nível local neste país que o Papa Francisco desejava visitar já no início do mês de Julho, viagem que teve de ser adiada por motivos de saúde.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt