No dia 5 de Junho de 2022 ocorreu um brutal ataque terrorista à Igreja de São Francisco de Xavier, em Owo, na Nigéria. Foi um massacre. Nesse dia, 41 fiéis perderam a vida e mais de 70 ficaram feridos. Muitos deles aguardam ainda por apoio e justiça. A Fundação AIS do Reino Unido está a promover uma petição para que o governo de Londres possa agir em favor destas vítimas…
Fiona Bruce, Enviada Especial do primeiro-ministro para a Liberdade de Religião ou Crença é a destinatária da petição que a Fundação AIS está a promover no Reino Unido em favor das vítimas do massacre ocorrido em Junho do ano passado na Igreja de São Francisco de Xavier, em Owo, na Nigéria. A petição será entregue precisamente no dia 5 de Junho, quando se assinalar o primeiro aniversário deste atentado que causou 41 mortos e mais de 70 feridos. Apesar de reivindicado pelo grupo terrorista ISWAP, Província da África Ocidental do Estado Islâmico, até ao momento, e segundo as últimas informações disponíveis, as autoridades nigerianas não acusaram ainda nenhuma organização pelo massacre. A petição que
a Fundação AIS do Reino Unido está a promover – e que pode ser subscrita até 31 de Maio – tem como propósito levar o governo de Londres a exortar as autoridades nigerianas para que estas possam levar à justiça os responsáveis pelo ataque.
Ao lado das vítimas
O actual pároco de S. Francisco Xavier, Padre Michael Abugan, que se mudou para a igreja após a tragédia, diz que os sobreviventes estão a tentar refazer as suas vidas, mas este é um processo difícil e doloroso. “Estão traumatizados. Estão feridos. Querem vir à igreja, mas muitos ainda estão a ter dificuldades. Alguns perderam tudo…” É o caso de Margareth Attah. Ela sobreviveu ao ataque, mas perdeu ambas as pernas e a visão num dos olhos. Em declarações à Fundação AIS, ela pede justiça. “Devia haver justiça. Não nos disseram nada sobre [os autores] do ataque…” Na petição, que a Fundação AIS está a promover [
https://acnuk.org/petition-2022/] pode ler-se que “o governo do Reino Unido deve exigir a detenção e prisão de terroristas, a devolução de terras e aldeias, bem como compensação pela destruição de propriedades e meios de subsistência”. O documento esclarece ainda que este ataque ocorrido na Nigéria é apenas um exemplo do que está a acontecer em muitos países em que os cristãos e outras comunidades religiosas minoritárias são as principais vítimas de uma violência que parece interminável. “Mas há esperança. Ao ficar ao lado deles e contar as suas histórias heróicas de fé e de coragem, podemos quebrar o silêncio sobre a perseguição religiosa. Nós podemos ser a voz deles, podemos iluminar as injustiças e podemos ser um farol da luz e do amor de Cristo através de nossas famílias, escolas, universidades, grupos e comunidades”, diz o texto. “Não deixe que os sobreviventes sofram em vão”, é o apelo que é deixado aos subscritores da petição.
“SOS Cristãos da Nigéria”
A situação de violência contra os cristãos neste país de África tem motivado uma constante preocupação e alerta a nível global por parte da Fundação AIS. Em Portugal, por exemplo, na Quaresma deste ano foi promovida a campanha “
SOS Cristãos da Nigéria”, com o objectivo não só de apoiar a comunidade cristã, vítima de perseguição, mas também sensibilizar a opinião pública para uma realidade que, tantas vezes, é completamente desconhecida. Na Nigéria, os cristãos são perseguidos não só pelos grupos jihadistas, com particular destaque para o Boko Haram, que procura implantar no norte do país um califado, mas também são vítimas de grupos armados que raptam pessoas. Além de tudo isso, nos últimos anos tem crescido o número de ataques a agricultores cristãos pelos Fulani, pastores nómadas muçulmanos que têm vindo a revelar uma agressividade muito preocupante. De facto, a insegurança na Nigéria tem crescido de ano para ano, levando a Fundação AIS a reforçar também os projectos neste país. E muitos estão ligados ao apoio a comunidades e dioceses que lidam directamente com os deslocados. Só na Diocese de Makurdi, por exemplo, há sete campos para deslocados internos, ou seja, pessoas que tiveram de abandonar as suas casas e que, agora, dependem totalmente da ajuda da Igreja para sobreviverem no dia-a-dia.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt